Maroni, o realista
De todo o imbroglio causado pelo acidente da TAM, poucas coisas falam mais do que a posição do empresário Oscar Maroni Filho, proprietário da casa noturna "de diversões masculinas" Bahamas (onde foi parar a consagrada e santificada zona, meu Deus?) e do prédio apontado como o provável causador de acidentes aéreos horrendos.
Com a palavra, Maroni: "Eu sou imoral, devasso, depravado, se você preferir, mas pago meus impostos e estou em situação legal".
Noves fora, há, claro, sombras demais na própria situação do prédio. Falhas no projeto urbanístico, dizem uns; situação irregular, apontam outros; risco aos pousos e decolagens em Congonhas, garantem terceiros.
O que fica, no entanto, é o realismo do empresário. Sim, ele vende erotismo. Não nega, aceita a pecha de depravado e qualquer outra, mas e daí? Quem são os sacrossantos que apenas após o acidente com o avião da TAM resolvem embargar a obra? Alguns anos com o prédio ali e nunca subprefeito algum apareceu, ninguém nunca ligou - ainda mais aparecer com equipe de tevê para dizer que vai lacrar o local.
Maroni faz e assume. E pronto. Ao contrário de muita gente que prefere faturar com a desgraça alheia.