Entre as idéias do pensador Jean Baudrillard - morto semana passada - a de simulacro talvez seja a mais flexível de todas. A questão de haver um "duplo" do que se considera realidade e a incapacidade de perceber a diferença entre ela e a ilusão dos meios de comunicação de massa - que propagam o simulacro, uma realidade cada vez mais real, por assim dizer - expande-se continuamente. Não há fronteira à vista para o simulacro, já que ele é inerente ao próprio meio, isto é, novas estratégias e possibilidades abrem novas formas de simulacro.
É assim com a questão da interface entre diversão e trabalho. Ainda que Domenico de Masi, em seu "Ócio Criativo", desenvolva o conceito de trabalho não mais como obrigação e penitência, mas no âmbito criador e lúdico, difícil não perceber que a amplitude das práticas de consumo nos leva a encarar cada vez mais com naturalidade o trabalho como algo indissociável do lazer.
Aqui é possível assistir a vídeos da Microsoft que abordam a questão da mobilidade na tecnologia - isto é, trabalho em qualquer situação por meio do acesso à internet (trabalho em rede). Veja que não há mais qualquer vestígio de o acesso servir para conexões interpessoais ou diversão. É apenas o "trabalho em qualquler lugar".
Neste link está um texto pessoal publicado em primeiro de março no jornal Comércio do Jahu sobre o mesmo tema. Colaborações são bem vindas. E-mail no topo da página.